Desafios da administração financeira em uma agência

 

Por Débora Portes, contadora

 

 

Quando pensamos em uma agência de publicidade, logo imaginamos ambientes modernos e coloridos, com pessoas alegres, desenvolvendo peças e campanhas em uma atmosfera lúdica. Por trás de tudo isso, são necessários muitos cálculos e planilhas repletos de análises financeiras e contábeis. Só assim conseguimos garantir que os impostos devidos sejam pagos, que as despesas da agência fiquem enxutas e podemos direcionar a maior parte dos recursos para as áreas criativas.

 

A gestão financeira é importante para qualquer atividade. Independentemente do ramo, a maneira como uma empresa administra seus recursos econômicos e financeiros influenciará diretamente em seu sucesso ou fracasso.

 

Em uma agência não é diferente. Para manter o equilíbrio e garantir a continuidade do negócio, é preciso balancear receitas e despesas, ter uma excelente gestão de contratos, uma precificação eficiente, controle de gastos, conhecer a lucratividade de cada cliente e o custo de cada projeto. Esses são apenas alguns exemplos de atividades necessárias para um gerenciamento financeiro hábil.

 

Dentro da gestão financeira, temos várias ferramentas que podem auxiliar nessa empreitada, como os orçamentos, que permitem acompanhar a previsão e a realização das despesas, as Demonstrações do Resultado do Exercício (DREs), nas quais se consegue obter o lucro operacional, não operacional e o lucro líquido de determinado período e preparação do Balanço Patrimonial, que permite monitorar toda a situação financeira e econômica da empresa. Assim, torna-se possível melhorar as projeções futuras, já que encontrará, em períodos anteriores, padrões e médias para se nortear.

 

Precificação dos produtos:
existe um preço pela criatividade. E, se existe, como calcular? Já que um grande desafio que o gestor de uma agência enfrenta é conseguir mensurar quanto vai custar, quanto capital humano e quanto tempo um projeto vai levar até ser aprovado pelo cliente. Esses cálculos são extremante importantes, porque vão definir a rentabilidade do projeto.

 

Legislação tributária:
não é novidade para ninguém que a legislação tributária do nosso país é complexa e muda constantemente. Na área da comunicação não é diferente, existem algumas legislações e obrigações específicas para o setor. Por isso é muito importante estar sempre atualizado, para não ter problemas com a fiscalização.

 

Acompanhar avanços tecnológicos:
nos últimos anos, o mundo vem se transformando de uma maneira tão rápida que mal conseguimos acompanhar, e a forma de fazer publicidade não fica de fora dessas mudanças. As agências deixam de ser analógicas para se tornarem digitais. Dessa forma, cria-se a necessidade de investimento em recursos tecnológicos e em capacitação de pessoal para não perder competitividade de mercado.

 

Criatividade x tempo:
como já diziam os antigos: “o tempo vale ouro” e em uma agência isso é um pilar. Os clientes sempre precisam de soluções eficientes e criativas em tempo hábil. Equilibrar tempo e criatividade é um grande desafio, porque é necessário dosar o custo do tempo de maneira que não afete o processo criativo.

 

Diversificação da carteira de clientes:
nunca devemos colocar todos os ovos em um único cesto, a diversificação da carteira de clientes diminui a vulnerabilidade e assegura a continuidade da empresa caso ocorra a perda ou inadimplência de algum contrato. A equipe comercial deve estar em constante captação de novos clientes e parcerias.

 

Pode-se dizer que a gestão financeira para uma agência de publicidade é a espinha dorsal do negócio, que junto com um bom planejamento são ferramentas imprescindíveis para o controle e o embasamento nas tomadas de decisões.